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O pêndulo de Foucault - Umberto Eco


Resumindo minha “semileitura” desse livro em uma palavra: trauma.

Kkkkkkkkkkk

Trauma porque vai demorar muito até eu querer ler outra coisa de Umberto Eco e também porque foi um livro que eu tinha certeza que conseguiria ler até o final e comentar com minha amiga que o emprestou, mas eu não consegui! Simplesmente não faz meu gênero de leitura.

Mas de qualquer forma quero ler as obras de não-ficção de Umberto Eco, porque ele é um grande estudioso da linguagem, e afinal, os livros sobre linguagem são todos complicados mesmo.

Para quem quiser um resumo mais detalhado do livro, clique aqui, e você será direcionado para um site onde existe realmente um resumo feito por alguém que entendeu o livro (diferente de mim, hAUahUAhaUhaUA).

A leitura já começou mal porque não entendi nada do primeiro capítulo. Só entendi alguma coisa do livro porque li resenhas sobre ele. O autor faz várias referências a coisas que eu não conheço, escreve frases em outras línguas que eu não soube o significado (e não são traduzidas) e utiliza palavras dificílimas que, se eu fosse procurar cada uma, teria abandonado a leitura bem antes. Além disso, eu me perdia nos diálogos porque não há uma indicação de quem está falando e também me perdia nas descrições de locais e objetos (Ok, me chamem de burra agora).

Enfim, quem narra a história é Casaubon, que conta como ele acabou se metendo em um plano para desvendar/ligar todos os mistérios da face da Terra (acho que é isso...), mas aí foi onde encontrei outro problema para minha leitura. Casaubon volta no tempo para contar tim-tim por tim-tim o que aconteceu com ele antes, durante e depois do tal plano, mas ele tece comentários sobre fatos ocorridos e sobre personagens aos quais nós, leitores, ainda não temos conhecimento! Sabe quando você está em um grupo e alguém deste grupo faz uma piada interna que você não é capaz de entender? E você fica com aquela cara de idiota sem saber se pergunta qual a graça ou não? Foi mais ou menos assim que me senti, sem entender quem era o bendito personagem e o que aquele tal fato tinha a ver com o assunto.

Outra coisa que me incomodou é que
nada realmente acontece! Tirando a parte do Brasil, que foi legal, o livro inteiro é muita narração para pouco acontecimento... Quer dizer, quando, finalmente, você acha que alguma coisa vai acontecer, das duas uma: 1) eles saem da cena promissora; 2) não acontece nada mesmo.

O fato é que para continuar lendo o livro depois da página 100 eu simplesmente desisti de entender as referências (a livros, objetos, fatos, lugares, personagens, etc), desisti de entender as palavras difíceis e desisti de entender qualquer coisa... Foi mais ou menos igual a ler um livro em inglês (se você não sabe inglês direito, óbvio), onde você quer terminar logo de ler para acabar com aquela tortura!

Minha amiga que me emprestou o livro, disse que ele havia mudado a vida dela, então eu me esforcei ao máximo para, pelo menos, terminar de ler... Mas quando ela falou que não tinha a menor necessidade de eu ficar me esforçando, eu entreguei logo os pontos e desisti da leitura!

Para as pessoas que estão duvidando das palavras difíceis, seguem algumas: sapienciais, didascálico, reencetando, arcontes, átimo, peanha, diorama, transepto, ambulacro, telúrica, pandorgas, catóptrico, mancinismo, eolípila, estetas, espaventar, atanor, clepsidra, quadrifólios, epítome, irrisão, escrínio... E muitas outras que eu desisti de anotar!

Alguns pontos que eu gostei:
  • Casaubon se torna incrédulo e a descrição disso é “aquele que não crê em tudo”, pois ele diz que só acredita em uma coisa de cada vez. Começou a estudar os templários para tentar descobrir a verdade sob tanta fé. Eu acho interessante como ele acaba se envolvendo e acreditando, mesmo que parcialmente, em todas aquelas teorias malucas que eles mesmos inventam... O problema é que isso só acontece depois da metade do livro (quando eu já não tinha mais paciência para continuar).
  • Quando estavam em um bar, Casaubon fala das bebidas que as pessoas pediam, indicando que as pessoas pegavam as bebidas de acordo com a personalidade delas. Achei interessante porque tem uma lógica no fundo disso... Embora, se fosse aqui no Brasil, todo mundo iria pedir a mesma coisa... Enfim...
  • Também acho interessante o receio que Belbo tem em escrever um livro, ele adora escrever e escreve bem, inclusive tem conhecimento suficiente para isso, mas sempre tem receio em apresentar seus escritos. Acho que isso é mais ou menos o que eu sinto, por isso estou agora fazendo resenhas de tudo e dando opiniões, para poder me acostumar com minha própria escrita.
  • Personagens:
    • Dono da editora (eu não anotei o nome e depois não consegui mais achar): Um malandro muito engraçado, as falas dele são ótimas, ele sabe justificar plenamente as malandragens que faz, sem ter nenhum tipo de remorso e, muito pelo contrário, extremamente orgulhoso de seu trabalho. Comecei por ele porque foi o único personagem entendível e engraçado.
    • Amparo: uma brasileira linda e inteligente, talvez mais inteligente do que linda. Gostei também, embora tenha aparecido tão pouco.
    • Lorenza: a personificação da musa, a femme fatale do livro. Embora eu sempre tenha gostado desse tipo de personagem eu não gostei muito da Lorenza porque ela sempre parece muito sozinha e deprimida.
    • Belbo: acho que esse é o Umberto Eco antes de se tornar um super sayajin (que ele é hoje, kkkkkkkk).
    • Casaubon: o incrédulo que se torna crédulo e conta como aconteceu... Acho que em vários momentos ele fica em cima do muro, ao invés de tomar uma posição, ele acredita, desacreditando, não tem certeza, mas não duvida. Acho engraçado que, mesmo sendo ele o narrador da história, ele não passa a impressão de ser “o cara”, acho que ele tem a auto-estima baixa.
    • Diotalevi: sem comentários, não fede, nem cheira.
    • Aglié: doidão. É o tipo de cara que eu não gostaria de conhecer.

Tem mais algumas coisas que eu gostei, mas eu coloquei os marcadores nas páginas e depois quando fui fazer a resenha não sabia mais o porquê de ter colocado o bendito lá... Fazer o quê, paciência.

Enquanto estava lendo fiz algumas anotações no histórico de leitura do Skoob, clique aqui caso queira conferir. 

Além do resumo que linkei mais para cima vou deixar o link de duas outras críticas que foram negativas:
Tem uma resenha super positiva no Skoob: Meu autor, meu herói: Umberto Eco.

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